Defesa de dissertação de mestrado
Jorge Armando Piscoya Santibañez
Programa: Meteorologia
Título: "Influência da cobertura vegetal nas razões de mistura de CO₂ atmosférico na região metropolitana de São Paulo"
Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio de Menezes Franco - IAG/USP
Comissão Julgadora:
- Prof. Dr. Marco Aurélio de Menezes Franco – Presidente e Orientador - IAG/USP
- Profa. Dra. Lívia Souza Freire Grion – ICMC (por videoconferência)
- Prof. Dr. Giuliano Maselli Locosselli – CENA (por videoconferência)
Membros Suplentes:
- Profa. Dra. Maria de Fátima Andrade - IAG/USP
- Prof. Dr. Márcio José Teixeira – UNICAMP
- Prof. Dr. Alexandre Cacheffo - UFU
Resumo: A vegetação urbana desempenha papel essencial na regulação do dióxido de carbono atmosférico (CO 2 ) em megacidades. Esta tese analisa como a cobertura vegetal modula as razões de mistura de CO 2 na Região Metropolitana de São Paulo (MASP) entre 2020 e 2022, utilizando quatro locais com diferentes níveis de vegetação: Pico do Jaraguá (PJ; 59,75%), IAG (36,38%), ICESP (22,42%) e UNICID (10,42%). As frações de vegetação foram obtidas a partir de imagens Sentinel-2 por meio da classificação de pixels com os índices NDVI, enquanto os dados de CO 2 foram disponibilizados pela rede METROCLIMA e analisados junto com variáveis meteorológicas (temperatura, umidade e vento). O estudo foi desenvolvido em três etapas: aquisição e pré-processamento dos dados, caracterização descritiva e inferencial das dinâmicas de CO 2 e vegetação, e quantificação dos efeitos da vegetação por meio de modelos de regressão e funções de distribuição de probabilidade (PDFs). As análises revelaram clara sazonalidade e ciclos diurnos definidos, com menores concentrações de CO 2 no verão e à tarde, e valores mais altos no inverno e durante a noite. Os picos semanais coincidiram com períodos de maior fluxo de tráfego urbano. O PJ apresentou os menores e mais estáveis valores de CO 2 , resultado de maior cobertura vegetal e menor urbanização. A UNICID registrou as maiores concentrações, enquanto o IAG mostrou influência de emissões locais. O ICESP apresentou níveis mais baixos, provavelmente associados à altitude e às condições microclimáticas. A análise fenológica identificou um padrão bimodal (abril–maio e outubro–novembro) no NDVI, refletido nas variações de CO 2 em PJ. Entre 132 PDFs avaliadas, a distribuição Normal Inversa Gaussiana (NIG) foi a que melhor representou a variabilidade do CO 2 , com áreas mais verdes exibindo distribuições mais planas e simétricas. Os modelos de regressão indicaram redução média de 3,92 ppm (PJ), 2,81 ppm (IAG) e 7,66 ppm (ICESP; provavelmente condicionado às características do local) para cada aumento de 0,1 unidade em NDVI, sem correlação significativa na UNI- CID. Em síntese, a vegetação influencia tanto os níveis médios quanto a variabilidade do CO 2 , reforçando a importância da infraestrutura verde na mitigação das emissões urbanas e na formulação de políticas ambientais sustentáveis para a MASP.
Palavras-chave: dióxido de carbono, cobertura vegetal, regressão linear, Região Metropolitana de São Paulo